21- Sim ...

Sim, o aroma.
O sabor suculento.
Imagino as chamas frias do elixir cascatearem pela minha garganta,
Nutrindo-me.
Mas estou ressequida e debilitada.
Um tronco seco.
Minha necessidade cresce a cada passo dolorido que dou.

Breve.
Precisarei de sangue em breve.

O ruído ritmado de passos batendo na calçada acorda-me.
Movo-me para a escuridão do beco.
A cadência enlouquece-me.
A fonte se aproxima.

Ali.. Ahhh.
Um cheiro de perfume barato.
O odor de tensão nervosa.
A fragrância do sangue pulsante.
Quase posso sentir o doce néctar.

A luz pálida de um poste banha a minha vítima.
Cabelos negros roçam suavemente o seu rosto,
Rosado pelo esforço;
Uma beleza que apenas eu posso apreciar.
Seus olhos ansiosos correm de canto em canto,
Procurando divisar ladrões e estupradores.

Ele passa por mim,
Olhando rapidamente o beco.
Surjo das sombras.
Ao alcance da minha mão,
Posso ouvir seu coração batendo.

Tornei-me morte,
Uma destruidora de almas.

Deslizo na direção do homem.
Sinto o odor de seu vital,