80 - Fantasmas


Em cantos obscuros me espreitam,
fantasmas do meu passado
que atormentam meu presente,
sufocando a vida que grita,
pedindo a liberdade e a paz ,
num querer viver novamente.

Girando em torno de meus sonhos
os transforma em pesadelo,
gritando em minha mente
e vampiros sugam o que sinto,
prosseguem na tortura demente
não deixando fluir os meus passos.

Em desespero imploro,
me libertem deste suplício,
mesmo tendo a certeza
da culpa que me cabe,
pois sou eu que os alimento.

Acorrentada no ontem prossigo,
tentando no hoje ir em frente,
e cega tateando no escuro
prossigo buscando o futuro,
mas os fantasmas de ontem
insaciáveis me prendem,
dominaram minha mente.

79 - Caminho


No começo era um caminho,
inexato e impreciso,
apenas um caminho.
E do nada eu começei a caminhar, percorrê-lo,
sem saber onde esses passos iriam me levar.

No meio do caminho compreendi,
com muita dor e pesar,
que pelo mesmo caminho
eu deveria retornar.

Por um tempo esqueci o caminho,
adormeci em mim a ânsia,
pelo tempo e a distância,
de por ele caminhar.

No começo era a distância,
mas o destino cruel e forte,
se fez presente outra vez.
Aumentou essa distância,
e em mim mais uma vez,
a dor da perda se fez,
fria e cruel feito a morte.

E depois veio o tempo,
irônico e sorrateiro,
num apelo sem retôrno,
pôs sob os meus passos
o caminho outra vez.

E ao longo do tempo,
nesse caminho,
seus apelos, anseios e tristezas eu ouvi,
senti a necessidade mais uma vez.

E na duvida que me consome,
nesses sentimentos confusos,
eu me pergunto em agonia:
E agora? Caminho por ele afinal?
E na dúvida de quem caminha,
o que fazer com a minha vida?
Com essa vida que não é minha !

78 - O Despertar de uma Fada


Que desperte em meu peito o sonho
como desperta as fadas nas noites de lua e estrelas,
e que meu coração tenha a medida certa
para dispersar ao vento a magia do amor.
Quero despertar em uma noite como fada
e iluminar tuda à minha volta,
com o brilho de uma luz sutil feito elas.


Que possa eu realizar o que proponho
e de você poder afastar todas as quimeras,
e para você manter a fantasia bem desperta.
Como uma fada mágica, afastar de você toda a dor
e feito fada manter a tua volta luz, de noite enluarada,
e proporcionar um exército de vaga-lumes como escolta
a lançar sobre você suas luzes de variadas cores, todas belas.


Neste momento é tudo de que disponho,
sonhos, vontades de realizações belas.
O sonho de acordar feito uma fada poderosa
trazendo dentro de mim toda a magia e amor,
para poder fazer da tua vida uma bela vida encantada,
para que sua estrada seja toda em flores envolta,
flores mágicas, exalando no ar suas essências perfumadas.

77 - Emoções


Oh!-Deuses, Mãe, socorram-me, eu peço-lhes, afaguem-me,
acalentem-me, me tomem eu Teus braços enluarados, pois,
tantas emoções dolorosas me tomam a cada passo, afogo-me.
Levantem essa sua filha, já tão sofrida, machucada, salvem-me!

Oh!-Dor, afaste-se, já não posso mais suportar esse pêso,
tantas perdas, sequências de dolorosas despedidas, não!
Não sei mais dizer adeus, não posso, não quero dizê-lo.
Porquê? É tanta a dor que trinca, arrebenta o meu coração.

Já são tantas as ausências, marcadas, perdidas e dilaceradas,
entrincheiradas nas obscuras e nuas paredes da minha solidão.
Esquinas da escuridão, engolindo os meus amores, mascaradas,
malditas, manipuladoras das minhas dores, peço arrego, perdão!

Tenebrosa maré, um mar negro de expiação, levem-me então,
pois, resta-me tão pouco, são tão parcas as minhas alegrias,
afundem-me, então, nessas devastadas e tormentosas águas,
nâo quero mais essa minha vida, quero o inverso, a salvação...

76 - Vai Vem


75 - O Canto da Dor


Canto o canto da inocência perdida,
canto a dor da adolescência ferida
e sofro o martírio das vidas traídas,
em recantos lúgubres de almas sofridas.


Choro as lágrimas do espírito em trevas,
verto o sangue na abominável entrega
perante o maldito vício que te cega
e te joga no negro poço das quedas.


Sufocou o Auro Anjo que te protegia,
nas brumas da tua mórbida inconsciência,
em um ato de profana ira e rebeldia.


Sopra o vento o canto do teu destino,
lança no ar os tristes acordes da tua vida
lamentando a perfídia do teu desvario.

74 - Borboletas


Se o vôo da borboleta insiste
no pouso de flores primaveris
porquê ainda essa dor insiste
no mesmo outono que nunca quis?

Se a côr dessa flor insiste
em atrair à bela borboleta
porquê ainda dói meu coração
insitindo no inverno que se foi?

Se até o inverno passou calado,
esperando uma flor que se abriu,
porquê ainda insiste a meu lado,
a dor dum outono que não partiu?

A borboleta se foi fugindo do frio
e o outono se rendeu ao inverno
porquê inda queima em meu peito
o verão que se foi e ninguém viu?

Quisera ser como essa borboleta
que voa livre sem ter um porquê
parece bailar ao som de opereta
de efêmero ato buscando um buquê

Quisera eu ser essa primavera
à doar essas flores à borboleta
oferecer essas pétalas ao repouso
de seu cansaço, passado o outono

Quantos invernos terão que esperar
a dor de um outono que não acabou?
esperando a primavera apenas pousar
igual borboleta que o casulo deixou

Quantas estações em branco inda passar
para eu poder esquecer tudo que se foi
só uma esperança esperando uma estação
que poderá alforriar-me de mim, enfim

73 - Pé na Estrada


Saio de todos os caminhos, querem assim, meus pés nus e sózinhos.
No espelho onde me vi pela última vez, não reconheci o meu reflexo,
A aura escurecida ou apagada, cara pálida que não era mais a minha.
Pego então a estrada, se nada fui e, eu não sou mais nada, então desisto.



Não mais insisto com aqueles que não me entenderam, os solitários,
tão perdidos quanto eu estou, nessas estradas e encruzilhadas, o nada.
Caminho para poente, o sol ferindo o meu olhar, não quero mesmo enxergar,
pois, eu já vi demais tudo o que ficou para trás, e não tem mais como retornar.



Rudeza, tristeza e solidão, acompanham-me nesse caminho e o pó,
fere minha alma sem dó, caminho só nessa estrada que não é minha.
Caminham também os outros por outros rumos, estradas inversas, e eu,
sigo em reverso sem prumo nesse caminho, deserto árido que morreu.



Sombras sobre minha cabeça anunciam o fim, são as aves negras visionárias,
grasnando os agouros em meus ouvidos, que eu já sabia, mas não queria ouvir.
Assim, andarei por esta estrada pelo tempo que me for concedido, necessário,
se eu cansar de repente, deito-me nesse solo quente, aí dormirei para sempre.

72- Homografos


71 - Tudo e Nada


O céu, um véu de estrelas mutantes, brilhos delirantes,
ofuscando o meu olhar atormentado, apagado e perdido.
Só vejo as estrelas caindo em fossos escuros, indiferentes.
É minha vida se desfazendo em estrelas mortas e cadentes.

A lua, nua diante do céu, iluminada e desarmada lua,
refletindo em meu semblante a poderosa luz divina,
entrando na sua fase negra e enegrecendo-me, e eu,
à mingua, apagando-me sob essa luz que me redimia.

O sol, ardente, irradiando a vida perante a morte,
que destino reservava-me esse sol incandescente?
Abençoaria-me o Rei com todo tipo de sorte, ou,
cegaria meus olhos ante uma imagem remanescente?

O vento, lenvando em seu sopro o lamento meu,
esperança, lembrança, temperança que se foram,
levadas pelo vento ao relento sob o céu, a lua e o sol,
deixando ao léu um triste rosto nebuloso que morreu.

70 - Lamento


De quem é esse lamento
tão triste e tão profundo,
que devasta a minha alma,
e desintegra a minha mente,
que feito fel me amargura,
e que deixa em meu peito
um vazio de solidão eterna,
feito dor de um amor ausente?

De quem é esse choro
de angústia e sofrimento,
que me faz perder a calma,
e me deixa o peito ardente,
e me faz sair do prumo,
em labirintos sem saída,
e me faz perder meu rumo,
devassando a minha vida?

De quem é esse grito louco,
grito insano de quem se perdeu,
que me gela o sangue na veia?
E percebo com espanto e tristeza
ao procurar a sua origem,
que esse lamento é meu...

69 - Perdão


Perdão, pelo sim e pelo não, e então,
a palavra dita, fica, e a dor, permanece,
escondida bem aqui, em algum desvão.


Perdão, pelo amor e pela agressão,
pelo feito e pelo desfeito, nada aquece,
o mesmo frio enregelando o meu coração.


Perdão, são meus os joelhos postos no chão,
e essa mão posta, que mais nada oferece,
esvaziou-se na esquina da minha solidão...

68 - Anônima


Sussuros dos ventos me trazem a certeza,
que nada mais resta, nem vale mais a pena.
Pulsa em minhas veias o sangue derramado,
em ritmo cigano, desequilibrado e despatriado.


A noite traz na luz das estrelas a fria solidão,
agora é só elas a me guiarem por esta estrada.
Caminho olhando para o céu, desvio da escuridão,
não quero mais ver esses vazios, repletos de nada.


Círculos viciosos me atam nesse lamacento chão,
e eu, atolo-me noite e dia nessa hedionda repetição.
Filme de terror visto e revisto, portanto, não mais insisto,
naquilo que eu já sei de cor, então, simplismente desisto.


Que fiz eu para cair nessa estranha e renegada estrada?
Minhas mãos não me servem, nem lhe servem para nada.
Sei que nunca servi de apoio, e nem me apóio mais em alguém,
anônima e abstrata sigo um caminho onde não encontrarei niguém.

67- A Espera


Na ansiedade envolta em silêncio ela espera,
olhar vazio perdido no nada,
coração em fragmentos, espalhados pelos cantos,
alma aprisionada, indecisa na encruzilhada,
pensamentos estéreis fluindo soltos ao vento.


Na indecisão do silêncio ela espera,
pensamento vazio aprisionado no nada,
olhar estéril espalhado pelos cantos,
coração em fragmentos perdido na encruzilhada,
alma aprisionada querendo se lançar ao vento.

Com pensamentos em fragmentos ela espera,
seu coração fluindo solto ao nada,
aprisionando a indecisão pelos cantos,
olhar de ansiedade na encruzilhada,
ela espalha seu silêncio ao vento.

66 - Eterno Sono


Um eterno sono pesa em meu corpo agora, quero ir embora,
quero o paraíso das eternas águas que choram e rolam afora,
longe de um despertar doloroso, pesadelo, não quero e espero
o sono eterno que alivie essas dores que eu renego, não quero.

Dormir, sem mais esperar nada além de mim e pôr um fim.
Deitar-se sem mais levantar-se, em frias e mansas águas afundar,
quem sabe em um límpido rio que lave o que morreu em mim.
Pesado sono que não debato mais, quero mesmo é naufragar.

Eu quero assim, eu adormeço, eu esqueço, eu desapareço.
Melhor assim, enfim retormo e retomo o nada que há em mim,
em um sono profundo, tão distante do mundo, eu quero assim,
estar distante de tudo, dar ao mundo enfim a distância de mim.

Abençoado sono, adormecer vagabundo, fuga sem preço
do pesado fardo pago por uma vida, ou, por outras vidas,
tão vazias quanto a minha, fujo do sujo, deito e adormeço
sobre as pedras de um rio, sem retôrno e sem recomeço...


65 - Noite


Morcegos e corujas alçam seus vôos,os pombos se refugiam.
A brisa de corpo quente, informe e envolvente roça os caules, as copas das mangueiras.
Meu corpo andarilho levanta o pó da rua.
A luz o paladar da lua banha as nuvens esparramadas sobre o manto gasoso, difusando
Seus raios e projetando minha sombra errante sobre o asfalta duro.
Silêncio.
Meus próprios passos me seguem à retaguarda, retardos. Ao longe se ouve o som
Dos escapes automotivos. Cães ladram e se recolhem. Espíritos rodopiam, sussurram e gritam reunidos nos cabos elétricos do cruzamento da eqüina. Almas atropeladas. Me espiam, me seguem, me empurram. Tropeço. São fantasmas; são meus; são camaradas. Alguém parece falar próximo.Não dá para ouvir. De onde vem? Há, vem de cima, do alto.
São os astros. Estrelas ululantes, planetas mudos, galáxias portentosas, constelações festivas. Ruídos surdos do infinito que vibram os átomos atmosféricos vindos do vácuo frio até os meus cabelos.
Minhas roupas, cúmplices do meu corpo, me abraçam, me protegem, juram fidelidade e subserviência até a cama. Na minha chegada, o quarto escuro, denso, ar ocioso. A luz vem e o denso ocioso foge com a sombra foge da luz. A cama vazia, fria, desperta e me pergunta: onde esteve? Por que demoraste?
Então me aproximo, sento ao seu lado e logo deito sobre ela, e ela me abraça, me protege.Nos envolvemos sob o lençol e colamos o rosto – doce amante e confidente. Dormimos. O sol não tarda a dissipar toda essa bela fantasia.

64 - Poesia de um Soldado Celta


Anseio pelos ventos árticos para, no calor da luta,
Refrigerar minha alma;
O murmúrio do Nobre a balançar meu sono
E a voz de Ériu a acalentar meus sonhos.
Na escuridão da ravina, os fantasmas dos irmãos mártires
Na lâmina de minha espada, pedir-me a vingança
E sobre a lápide dos meus inimigos cantar:
"Sê Tu minha visão, ó Senhor do meu coração;
nada me salva, a não ser Tu; de dia e de noite,
Tu és o meu melhor pensamento;
ao levantar e ao deitar, Tua presença é minha luz."

63- Rifa- se um Coração




Rifa-se um coração
Rifa-se um coração quase novo.
Um coração idealista.
Um coração como poucos.
Um coração à moda antiga.
Um coração moleque que insiste
em pregar peças no seu usuário.

Rifa-se um coração que na realidade está um
pouco usado, meio calejado, muito machucado
e que teima em alimentar sonhos e, cultivar ilusões.
Um pouco inconseqüente que nunca desiste
de acreditar nas pessoas.
Um leviano e precipitado coração que acha que Tim Maia
estava certo quando escreveu...
"...não quero dinheiro, eu quero amor sincero,
é isso que eu espero...".
Um idealista...Um verdadeiro sonhador...



Rifa-se um coração que nunca aprende.
Que não endurece, e mantém sempre viva a
esperança de ser feliz, sendo simples e natural.
Um coração insensato que comanda o racional
sendo louco o suficiente para se apaixonar.
Um furioso suicida que vive procurando
relações e emoções verdadeiras.

Rifa-se um coração que insiste em cometer
sempre os mesmos erros.
Esse coração que erra, briga, se expõe.
Perde o juízo por completo em nome
de causas e paixões.
Sai do sério e, às vezes revê suas posições
arrependido de palavras e gestos.
este coração tantas vezes incompreendido.
tantas vezes provocado.
tantas vezes impulsivo.
Rifa-se este desequilibrado emocional que abre
sorrisos tão largos que quase dá pra engolir
as orelhas, mas que também arranca lágrimas
e faz murchar o rosto.
Um coração para ser alugado, ou mesmo utilizado
por quem gosta de emoções fortes.
Um órgão abestado indicado apenas para
quem quer viver intensamente
contra indicado para os que apenas pretendem
passar pela vida matando o tempo,
defendendo-se das emoções.



Rifa-se um coração tão inocente
que se mostra sem armaduras
e deixa louco o seu usuário.
Um coração que quando parar de bater
ouvirá o seu usuário dizer
para São Pedro na hora da prestação de contas:
"O Senhor pode conferir. Eu fiz tudo certo,
só errei quando coloquei sentimento.
Só fiz bobagens e me dei mal
quando ouvi este louco coração de criança
que insiste em não endurecer e, se recusa a envelhecer"



Rifa-se um coração, ou mesmo troca-se por
outro que tenha um pouco mais de juízo.
Um órgão mais fiel ao seu usuário.
Um amigo do peito que não maltrate
tanto o ser que o abriga.
Um coração que não seja tão inconseqüente.



Rifa-se um coração cego, surdo e mudo,
mas que incomoda um bocado.
Um verdadeiro caçador de aventuras que ainda
não foi adotado, provavelmente, por se recusar
a cultivar ares selvagens ou racionais,
por não querer perder o estilo.
Oferece-se um coração vadio,
sem raça, sem pedigree.
Um simples coração humano.
Um impulsivo membro de comportamento
até meio ultrapassado.
Um modelo cheio de defeitos que,
mesmo estando fora do mercado,
faz questão de não se modernizar,
mas vez por outra,
constrange o corpo que o domina.
Um velho coração que convence
seu usuário a publicar seus segredos
e a ter a petulância de se aventurar como poeta.

62 - Doce Abraço




Sentir meu corpo dilacerado
Em mil pedaços
No rosto
Percorrem lágrimas de sangue
Enquanto em minhas mãos
O coração,
Que com o tempo tento curar
Meu sentimento de destruição
De sentimento aqui nada sobrou
A não ser a triste solidão
Que agora é companheira,
Desta vampira
Que chora e sente dor
Meus olhos não suportam mais a luz
Porque a noite é meu lar
A eternidade,
Filha desta criança
O presente das trevas que tanto eu quis
Ver meus entes queridos partir
E saber que jamais,
Os verei novamente
Me peça a eternidade
Darei toda a dor da terna vida sombria
Sentirás a dor que sinto agora
A dor que mata o corpo lentamente
E suga a alma humana,
Que você um dia possuiu
Você é um vampiro
Amor,
Nunca mais sentirá
Porque a morte anda ao seu lado
E deixa sua marca,
A cada beijo mortal
Mata tudo ao seu redor,
O que há muito tempo matou dentro de você...

61- O Caído


Quem disse que demonios não caem?
Quem indagou por essa ideia?
Tão digno quanto todos
Tão belo...
Tão fiel...
Abandonado pelo lorde
Amaldiçoado pela vida
Este não é teu fim...
É apenas o inicio de uma longa jornada
Uma jornada pelos jardins de espinhos e de sofrimentos
Deixe para tras tudo aquilo que você criou
Você está sozinho
Tudo é tão frio ...
Tão distante...
Apenas viva e peque...
Peque, oh demonio caído !




60 - Saudade


59 - O que é ?


Sonhos... o que é ?

Se não a vontade de realizar o desejo real, de fazer verdade... e esse desejo ardente !!!


Prazer ....o que é ?

Se não o sentimento inteiro que solta pelos poros da gente, uma louca vontade de querer um amor !!!


Desejo ... o que é ?

Se não uma vontade que dispara o coração !!


Solidão ... o que é ?

Se não sonho, o prazer, e o desejo tudo junto batendo forte na falta de um grande amor no coração !!!

58 - Sua Vóz


Sua voz é a melodia
que em meus dias vem cantar no silêncio em que eu vivia
nunca mais hei de ficar.

Ela é doce como a fruta que apanho sem olhar
cristalina como a água que minha sede vem matar.

Sua voz é um carinho
que eu nem sei se merecia e meu coração sozinho
hoje é pura alegria.

Para sempre quero tê-la
dentro de um sonho guardada
se eu nunca mais ouvi-la
para sempre irei lembrá-la.



57 - Carta de Amor


Meu amor!

Nunca pensei que meu coração fosse tão grande!
Só descobri agora, quando vi alojada dentro dele,
a montanha de saudades, que eu sinto de você.

Eu fico olhando o mar,
e penso que aquelas ondas enormes,
se parecem com a minha saudade...
que vem vindo, se avolumando cada vez mais,
e quando a gente pensa que elas vão explodir o mundo,
de repente param...
e suavemente deitam-se na praia, gemendo.

Eu lembro do seu sorriso...
ele me lembra a gaivota, que esteve aqui,
tão perto de mim, ao alcance da minha mão,
e hoje é um pontinho no horizonte,
quase se apagando nos olhos e na lembrança.
Lembro das suas mãos,
que um dia eu retive entre as minhas,
das quais pude sentir o calor e a suavidade,
e como se fossem o vento de outono, foram embora para longe, deixando-me apenas o desejo incontrolável
de retê-las para sempre.

Suas palavras doces passeiam no meu pensamento,
como se fossem nuvens,
que vão se desvanecendo lentamente,
sem no entanto cairem no esquecimento.
Até mesmo das suas palavras rudes eu me lembro,
quando se despedia de mim com sarcasmo,
sem me dar tempo de lhe responder,
e me ocorre que elas foram como a chama,
que se aproximou perigosamente da minha pele,
sem no entanto queimar,
apenas emanando o gostoso calor da provocação.
E hoje... tudo é saudade!
Que se agiganta dentro de mim a cada minuto,
sem eu saber se amanhã ou depois,
vai se deitar suavemente sobre a vida,
como as ondas se deitam na praia.

Se um dia eu tiver novamente o seu rosto em minhas mãos...
se eu puder olhar nesses olhos maravilhosos que um dia eu olhei...
eu acho que poderei descobrir a cor da saudade,
e contarei ao mundo a minha descoberta.

Vem amor...
dê-me a chance de satisfazer a curiosidade do mundo!

56 - Meu Amor...


Meu amor...

continue falando, quero caminhar pela tua voz...
o que me importam as palavras agora, talvez mais tarde, com o peito menos agitado.

Eu tenho de recordar tuas palavras, pois minha intuição me conta do meu desassossego...
ou seria medo ?

Tudo para mim é tão novo,
me sinto como uma flor a balançar pelo vento..

Ponha-se bem ao meu lado,

para poder sem medo jogar-me aos teus braços...

Deixe que eu fique de levinho no teu peito e que eu procure de pertinho nos teus olhos aquela certeza que já carrego nos meus.

Divida comigo o calor dos teus braços,

e quem sabe a beleza desse momento, de onde eu só quero o silêncio morno, a me embalar em você ...

... sem pensar .

55 - Infelismente Amanheceu


Anoitece,
então a primeira estrela surge no céu,
ela tem o seu nome.

Contemplo-a,
e tão logo surgem outras
eu a perco no infinito.

Grito seu nome na esperança de ouvi-la,
nada...só se ouve o silêncio, sei que ainda está lá.

Mas quando eu a encontro,
as outras estrelas antes tão lindas
perdem o brilho e vejo apenas você
na imensidão de um céu escuro.

De repente,
invade meus olhos o brilho de sua face
estampada na lua cheia.
Sua beleza me entorpece,
adormeço...

Acordo preocupado,
não vejo as estrelas, não vejo a lua,
não vejo você, me entristeço,
infelizmente amanheceu.

54 - Vagando


Vagamos neste mundo, como almas, pelo destino
marcadas, carregando cruzes que não pedimos, punidos sem julgamento,

atiçam-nos nossos desejos, nossas vestes, já rasgadas, desnudas carnes ameaçam-nos incendiar, a qualquer momento!

Tentei ser eu mesmo, livrei-me das cadeias sem
nexo, que os limites do senso comum,

a meu corpo,
impunham, coração libertei, dei asas ao anjo do meu próprio sexo, novas marcas me adornaram, agora, minha dor, testemunham!

Num conflito entre as forças primevas,

Yin e Yan
do desejo, campo franco entreguei às batalhas, sem temor, sem Ira, por um olhar de atenção que fosse, por um simples beijo, arderam-me as carnes,

consumidas, como que numa pira!

Em meio a tantas desditas, tanto sofrimento sem
causa, fui levado, da loucura às raias,

meus limites a encarar, me deixei seduzir,

aceitei nesta guerra,
armistício, pausa, na esperança, que a bonança, pudesse estas chagas curar.

Mas era tarde demais, e só agora disto me dei
conta, pois ferida de amor não se cura,

apenas se
enterra, e na batalha em que estejam os sentimentos em jogo, melhor seria deixar-se consumirem as carnes em fogo, que acreditar poder esconder,

sentimento de tal monta, pois o coração, sempre será a vítima maior desta guerra!

53 - Aqueça- me


Deixe-me deitar no seu ombro... quero seu calor.

Aqueça-me, estou triste... triste de uma tristeza que fala , reclama, questiona, entra em conflito .

Tento, mas não fujo...

Acolha-me... Proteja-me... preciso me acalmar... seu silêncio fala, mostra ser todo ouvidos...

Vou aos poucos serenando... limito palavras, frases... revelo-me, já escuto o que me dizes.

A tristeza vai migrar, não se preocupe... estou ficando bem...

Já não ficarei tão só .



52 - Chocolate


51 - Alma das Almas


Alma das almas, minha irmã gloriosa,
divina irradiação do Sentimento,
quando estarás no azul Deslumbrarnento,
perto de mim, na grande Paz radiosa?!


Tu que és a lua da Mansão de rosa
da Graça e do supremo Encantamento,
o círio astral do augusto Pensamento
velando eternamente a Fé chorosa;


Alma das almas, meu consolo amigo,
seio celeste, sacrossanto abrigo,
serena e constelada imensidade;


entre os teus beijos de etereal carícia,
sorrindo e soluçando de delícia,
quando te abraçarei na Eternidade?!














50 - Longe de Tudo


É livres, livres desta vã matéria,
longe, nos claros astros peregrinos
que havemos de encontrar os dons divinos
e a grande paz, a grande paz sidérea.


Cá nesta humana e trágica miséria,
nestes surdos abismos assassinos
teremos de colher de atros destinos
a flor apodrecida e deletéria.


O baixo mundo que troveja e brama
só nos mostra a caveira e só a lama,
ah! só a lama e movimentos lassos...


Mas as almas irmãs, almas perfeitas,
hão de trocar, nas Regiões eleitas,
largos, profundos, imortais abraços!


49 - Para Sempre


Ah! para sempre! para sempre! Agora
não nos separaremos nem um dia...
Nunca mais, nunca mais, nesta harmonia
das nossas almas de divina aurora.


A voz do céu pode vibrar sonora
ou do Inferno a sinistra sinfonia,
que num fundo de astral melancolia
minh'alma com a tu'alma goza e chora.


Para sempre está feito o augusto pacto!
Cegos serenos do celeste tato,
do Sonho envoltos na estrelada rede,


E perdidas, perdidas no Infinito
as nossas almas, no clarão bendito,
hão de enfim saciar toda esta sede ...

48 - Acordei...


Acordei minha busca
que adormecia na saudade
porque a vida me pede
que continue a buscar.

Que mude as vestes do sonho
se precisar
que os passos sejam mais lentos
não importa.

Importa é esperar esse encontro
na terra ou nas ondas do mar
poder ouvir novamente
a flauta mágica dos que amam!

Eu sei que você existe
nunca deixei de acreditar
se abandonei a procura
foi por achar que não sabia mais amar.

Mas eis que renasce em mim
a crença antiga que me domina
de que o único sentido da vida
é o amor! Por isso busco você...

47 - Se a Dor ...


Se ao menos esta dor se ouvisse
se ela batesse nas paredes
abrisse portas… falasse…
se ela cantasse e despenteasse os cabelos.

Se ao menos esta dor se visse
se ela saltasse fora da garganta (como um grito!)
caísse da janela fizesse barulho… morresse…

Se a dor fosse um pedaço de pão duro
que a gente pudesse engolir com força
depois cuspir a saliva fora
sujar a rua, o espaço… o outro…
esse outro escuro que passa indiferente,
e que não sofre tem o direito de não sofrer.

Se a dor fosse só a carne do dedo
que se esfrega na parede de pedra
para doer fisicamente.
Doer penalizante, doer com lágrimas
se ao menos esta dor sangrasse!

Talvez depois ela desaparecesse!

46 - Sem Você !!


Sem você eu sou nada... sou a noite sem a madrugada,
sem aurora sem raiar,
Estrela sem poder brilhar.

Sem você eu sou nada...
sou a flor abandonada ao sabor da Tempestade,
uma Rainha sem Majestade.

Sem você eu sou nada...
sou uma sombra desesperada,
sou Alma triste a vagar em busca de um lugar seguro
onde eu possa me abrigar.

Sem você eu sou nada... sou terra seca, castigada...
sou pétala de flor que murchou...
sou um sonho inacabado que passou.

Sem você eu sou nada...

Sem você eu sou nada.



45 - O Corpo


Corpo de lua
desejoso do dia em que se torna pleno
corpo de mar
sedento da maré cheia
que traz com os búzios carícias sonhadas
sussurrando baixinho gemendo na onda que beija a areia.

corpo de seda
concha devoradora que te acolhe
corpo em chamas
pirómano ao teu toque suave

seguro o teu mastro a pino
sou a tua vela que se enrola
e desenrola
transformada em língua
da minha cor do desejo

no silêncio dos mar de espumaa
lençois alvos ainda
oiço-me-me no meu silêncio, iço-me no teu mastro
navego-te, montando a tua aventura
fecho os meus olhos de espanto
sabe-me a boca à tua aventura por outros mares
desejo o meu final no teu, em fugaz e imensa união.

recebo o teu espanto no meu corpo
sou o teu orgasmo, a tua espuma
os lençóis são o meu oceano
coloridos agora de memórias de paixão.

44 - Constatação


Chega de amar e sofrer por quem cala
Eu tropecei nos erros e piorei tudo
Não suporto mais toda essa minha fala
Vou desistir de amar esse sobremundo

Agora viverei minhas dores sem incomodar
Serei uma sereia cantando amores ao luar
Aqueles corações pulsantes deixaram de pulsar
Suas correntes eu guardo, para seus beijos lembrar

Sonharei todos os dias com seu olhar
Tentarei exaustivamente não pensar
Mas suas palavras em mim vão estar
E eu sei que pra sempre vou te amar

Mas guardarei a dor em mim
Pois esta é a melhor solução
Pelo menos permanecerei assim
Com um amor no coração

43 - Estou Cansada


Estou cansada de ser incompreendida e descartada,
quem diz que me entende, não entende nada.

Dizem que estou assim por lembranças,
dos meus sonhos que se configuraram tristes e inertes,
como uma ampulheta imóvel,
que não se mexe, não se move.

Me sinto trancada no banheiro,
fazendo marcas no meu corpo com meu pequeno canivete, deitada no canto...
meus tornozelos sangrame a dor é menor do que parece.

Quando me corto,
esqueço que é impossível ter a vida calma...
viver em dor, o que ninguém entende,
tentar ser forte a todo e cada amanhecer .

Uma das minhas amigas já se foi, ninguém entende...
não me olhe assim com esse semblante de bom samaritano, cumprindo o seu dever como se eu fosse doente,
como se essa dor fosse indiferene ou inexistente,
muitos não sabeme não entendem,
sei que a loucura esta presente
e sinto a essência estranha do vazio que conheço bem...
de quando em quando um novo tratamento,
e o Mundo continua o mesmo,

o medo de voltar para casa a noite...
os homens que se esfregam nojentos...
no caminho de ida e volta para casa,

a falta de esperança e o tormento
de saber que nada é justo e pouco é certo,
e a maldade anda sempre aqui por perto.

A vilencia e a injustiça que exite num Mundo onde a verdade
é o avesso e a alegria não tem mais endereço.





42 - Vem Comigo


Vem comigo...
vamos ao céu de mãos dadas
passear entre nuvens.

Vem comigo...
num lindo sonho azul
sobrevoar o oceano insultar o vento.

Vem comigo...
sem perguntar aonde
sem cobrar da vida o que ela não responde.

Vem comigo...
escalar montanhas derreter geleiras
habitar iglus.

Vem comigo...
para o impossível para o inviável
para o que é bom.

Vem comigo...
abra a porta e entre
acomode-se para sempre
nesse louco coração!



41 - Mãe


Mãe...
Se eu ainda pudesse
tocar no seu rosto, ver o seu sorriso
caminhar ao seu lado, vendo o sol nascer
estou certa que a vida não ia parecer
tão vazia...
Você me faz falta, tanta falta!
Como a chuva nas plantas, ou o sol
como o verbo em tudo que dizemos
como um sonho que eu tinha e acabou
quando você foi embora.



Mãe...
Eu não sei se pode me ouvir
mas se puder, queria que soubesse
que de tudo no mundo que eu vivi
você foi a sensação mais forte que eu pude ter
de ser amada...
Era muito bom poder contar com o seu ombro
ouvir seu coração batendo junto ao meu
ter a certeza de nunca estar sozinha
e quando o medo me sondava a alma
poder segurar na sua mão tão calorosa.



Mãe...
Se aí onde você está, tiver dia das mães
aceite o meu abraço do tamanho do mundo
com o meu melhor carinho
e todo o meu amor por você.



40 - Triste Dama Solitária


Andando em uma rua
No meio da multidão
Pairava só sobre ela
Uma nuvem de escuridão
Sua mente viajava
Em um mundo paralelo
Muros sujos de vermelho
Luzes quebradas
Asfalto inundado pelo medo
Céu escuro
Nuvens negras
Noite triste
Nenhuma estrela
Sem saída
Sem entrada
Somente ela em sua jornada
Em busca de um olhar
De carinho e compreenssão
Ou mesmo só alguém
Com um pouco de atenção
Rostos desconhecidos
Sempre a pressa nunca parar
E ela com sua tristeza
Pura lágrima a rolar
Espírito escondido
Fraqueza revelada
Ela ali em seu martírio infinito
Tentando ser amada
Triste dama solitária

39 - Suicidio


38 - A Lua


Hoje conheci uma pessoa lunar
uma daquelas pessoas que passa por nós na rua discreta como uma flor de campo com um aroma de silêncio

nos dias em que a lua se torna mágica
as pessoas lunares povoam-se de magias secretas

abrem os sorrisos
vestem os corpos de véus transparentes
e soltam as fadas da infância.

Hoje conheci uma pessoa lunar
é uma criança mulher
linda, só linda, apenas linda

mulher em chama
mulher a crescer
menina a despontar

quer ser plena
quer ser mãe
esse seu corpo perfeito de bailarina
esse corpo de sedução e prazer
quer ser o berço de uma nova vida.

Nunca lhe contarei que os corpos perdem a graça de uma garça
nunca lhe direi que um filho dói por dentro como uma chaga.

Apenas lhe direi
a tua luz branca da lua
será a estrada do teu filho por vir
serás menos ágil
mas o teu filho será o fruto da tua beleza.



37 - Luta Perdida


E aqui estou eu, mais uma vez
Olhando para trás, para o tempo que passou
Para coisas que não deviam ser, pelo que aconteceu
E em toda essa névoa do passado, me encontro perto de você

Eu ouço nossa canção, o coro dos anjos
Como meu corpo pode ficar tão frio agora
Se teve o calor de seus abraços?
Como meus olhos choram
Se antes sorriam uma alegria que parecia eterna?

Eu simplesmente não posso te esquecer
Minha alma não cairá no esquecimento
Você levou parte de mim
A sua morte foi a minha
Como seu esquecimento seria meu suicídio

Sou apenas um ninguém
Um nada perdido no meio do caminho
Mas que anos já fora alguém
Você me fez ser o que fui e me transformou no que sou

Agora resta apenas a negrura e tédio em meus olhos
E se me ponho a pensar em você
Em meus olhos se formam uma lágrima, símbolo de minha saudade

É hora de dormir, hora de deixar tudo de lado
Apenas um beijo final, um último adeus .




36 - Prá você


35 - Descobri


Descobri que amar não é tão fácil quanto parece
Descobri que voar não é tão simples quanto a mente permite
Descobri que só meu amor, a uma relação não fortalece
Descobri que tê-lo não é tudo que a mim sacie

Pobre dos que vivem de amor
Vampirizando suas singulares belezas
Morrereis de fome e pudor
Por não descobrir o elixir de suas certezas

A este homem me entreguei por inteiro
Seus olhos e boca me foram perfeitos
Mas quando acordei do sonho quixotesco
Minhas lágrimas corriam por seus desvelos

Agora sofro com memórias despudoradas
Seu corpo, suas formas, tudo em mim fala
Só desejo não perder todas minhas armas
Que me fariam sempre lutar por esta lava



34 - Eclipse Total


Meu sol é negro
E eu vivo em eclipse total
Meu coração despedaçado
Agora esta em suas mãos

Uma noite de sonhos
Em um mundo de fantasias
Com a chuva caindo em meu rosto
Em algum lugar deste vale

Na noite escura eu me liberto
Em meu dia negro eu me arraso
Em pouco tempo estou sozinha
E tudo o q eu tinha, se foi

Meu sol é negro
E em uma noite de fantasias
Com a minha Imortalidade
Nunca mais verei seu rosto novamente!!!

33 - Você seria capaz ?


Será que você seria capaz de me achar?
De me trazer de volta a realidade?

Será que você poderia me dizer quem sou?!
Poderia me mostrar a verdade ?
Poderia me explicar o porque ?

Então por favor me salve...
me tire desse inferno..
Me traga a realidade

e me ensine a viver novamente..
Me ensine a sonhar novamente...
por favor eu lhe imploro...

me salve de mim mesma...

32 - Você


Em cada momento um ato
Em cada ato um pensamento
Em cada pensamento uma saudade
Em cada saudade você

Em cada hora uma história
Em cada história uma aventura
Em cada aventura uma lembrança
Em cada lembrança, você

Em cada dia um livro
Em cada livro um porquê
Em cada porquê uma resposta
Em cada resposta, você

Em cada amor uma vida
Em cada vida um saber
Em cada saber uma certeza
Certeza de gostar de você

Em cada música um canto
Em cada canto uma poesia
Em cada poesia um beijo
Em cada beijo um desejo
Em cada desejo, você

Em cada pássaro um vôo
Em cada vôo uma paixão
Em cada paixão uma loucura
Em cada loucura, você

Em cada sorriso uma alegria
Em cada alegria uma felicidade
Em cada felicidade uma vontade
Em cada vontade uma satisfação
Em cada satisfação um prazer
Em cada prazer.....você

31- Procurei Você


Procurei tanto você, e não a encontrava.
E quanto mais a procurava, mais anseio por encontrá-la, aprisionado na sensação de que, ao encontrá-la, encontraria, enfim, a parte perdida de mim mesmo, sem a qual jamais retornarei à minha unidade.
Procurei tanto você, pessoa especial, capaz de guardar segredos já tão pesados dentro de mim, segredos da ternura que escorrega por minhas mãos estendidas à sua espera, por tanto, tanto tempo.
Procurei você que se deixa invadir pela música, até que ela a transporte, como faz a mim, a um campo verde e orvalhado onde seja possível respirar o ar puro de uma manhã vestida de esperança.

Procurei você que tenha coragem de levantar às quatro horas da madrugada para dançar na chuva ao som do Sinatra; e que ame de verdade a chuva — este pranto divino que lava a terra e prepara a alma; que se deixe levar pelo pôr-do-sol dourado sem medo de não retornar nunca mais, e que adormeça, junto a mim, embalada pelos acordes perfeitos de Sonata ao Luar.

Procurei tanto você que me respeita como ser humano; que usufrua da doçura da minha pessoa mas também aplauda a força que me mantém vivo que seja forte e equilibrada para não se sentir ameaçada pelas minhas vitórias, e que continue forte e equilibrada para não se deixar abater pelas minhas derrotas.

Procurei você que queria de mim um companheiro, um amigo, um amante e um porto seguro, mas que nunca me tira-se a seiva que me nutre nem me sugue a vida ou tente me transformar naquilo que não posso e não quero ser.

Procurei você que através do mais infinito amor me liberta-se para que eu possa me alongar em você até que então, juntos, aprendessemos a dançar o mesmo e perfeito compasso.

Procurei por você que precisava de mim por me amar inabalavelmente e que jamais me amasse simplesmente por não poder viver sozinha. Que quer lutar ao meu lado contra o mundo inteiro, se preciso for e que me veja, sempre, como alguém IGUAL a você.

Procurei você QUE ME ACEITE COMO SOU, que respeite minhas limitações e se orgulhe da coragem com que luto contra elas. Que compreenda meus silêncios e os veja como um processo profundo de auto-conhecimento e busca daquilo que é melhor para mim, pois quanto mais eu crescer, tanto maior será minha capacidade de me dar a você.

Procurei tanto você que acendesse, vez por outra, o fósforo que reaviva a chama da paixão; que não se esquecesse de me trazer flores e lembrar nossas datas especiais; que liga num momento qualquer só para dizer que sentiu saudades, e que cerque de carinho ANTES de me sentir escapar.

Procurei você QUE FALA SEMPRE A VERDADE, mesmo que ela doa e faça sangrar, e ainda que a verdade seja contra tudo aquilo que julgarmos importante para nós tenha humildade suficiente para reconhecer-se humana e passível de errar.

Procurei você que se emociona quando eu digo baixinho que amo muito de você, que me abrace forte quando houver tempestades lá fora e que converse comigo quando a insônia me fizer companhia.

Procurei você que é sensível, carinhosa e alegre, que beija com a alma e sente meu corpo como uma extensão do seu; que aprenda a desnudar meus mistérios e despertar meus desejos reprimidos e que me fazia vibrar de amor e paixão para que, como recompensa, me recebia então com toda a intensidade com que seria capaz de me dar.

Procurei você, minha metade perdida, minha metade escondida, para que viajasse comigo àquela estrela distante a fim de que, transcendendo nossa condição de homem e mulher comuns, possamos realizar o nosso destino.